ERRATA
Síntese biográfica do autor
Badana da capa
136 pp
Prefácio de Camilo Mortágua
ISBN:
Data de Publicação: Fevereiro de 2010
PVP: 15,70 euros
CARTA ABERTA A SALAZAR
de Henrique Galvão
seguida de
CÂNTICO DO PAÍS EMERSO
de Natália Correia
Ninguém conhece melhor o amo que o seu criado de quarto.
Henrique Galvão recorria frequentemente a esta ideia para, de forma alegórica ― considerando ter sido «criado de quarto de Salazar» ―, significar que, por ter servido intimamente o ditador e o regime, ninguém os conhecia melhor do que ele.
E de facto, esta Carta Aberta a Salazar é uma das mais brilhantes análises, a que podemos ter acesso, da ideologia salazarista e da personalidade do ditador, por um lado, e, por outro, dos resultados obtidos pelo Estado Novo ― a sua «verdadeira obra» ― nos planos social e económico.
As três primeiras edições deste livro, de 1959, foram apreendidas pela PIDE quase à saída da máquina. Uma nova edição surgiu na Venezuela, em 1960, e entrou clandestinamente em Portugal ― também desta, poucos foram os exemplares que escaparam às garras da polícia política. A edição que agora fica disponível não vai ter, naturalmente, o mesmo destino!
Uma crítica acutilante e demolidora, saída da pena do Capitão dos Impossíveis.
Nem os Homens se medem a palmo, nem os livros a peso. Neste leve e breve livro ficamos a conhecer muito melhor, por diferentes e contraditórias razões, três grandes figuras da nossa história contemporânea, nos domínios da governação, da revolução democrática e da poesia. Salazar, o Déspota, Henrique Galvão, o Libertador, e Natália Correia, a Poetisa.
Velhos e novos, seja qual for a nossa preferência ideológica, todos devíamos ficar a conhecer o Manholas segundo a exaustiva e profunda descrição que dele faz o Impala. Salazar e Galvão, símbolos e actores incontornáveis de quase meio século da sofrida vida dos portugueses, são-nos aqui diversamente revelados. Galvão e Natália por obra própria, Salazar pela virulenta mas lúcida escrita de Galvão.
SOBRE O AUTOR:
Henrique Galvão (Barreiro, 1885 São Paulo, 1970). Concluiu os cursos da Escola Militar, da Escola Politécnica e da Escola Joinville-le-Pont, em França. Foi apoiante de Sidónio Pais e um dos cadetes que em 28 de Maio de 1926 participou no pronunciamento militar de cariz nacionalista que pôs termo à Primeira República e que estaria na origem da implantação do Estado Novo. Foi Director da Emissora Nacional, Inspector Superior da Administração Colonial e Governador de Huíla, em Angola. Já como deputado por Angola, denunciou com veemência a corrupção existente na administração colonial. No início dos anos cinquenta, desiludido com o regime salazarista, entrou em rota de colisão com o Estado Novo e conspirou com outros militares, tendo sido preso e expulso do Exército. A partir desta altura, afirmou-se como um dos principais lutadores pela liberdade. Com Humberto Delgado, foi uma das figuras mais populares nos meios oposicionistas. Entre 1952 e 1958 passou pelas cadeias de Peniche, Penitenciária de Lisboa e Caxias. Em 1959 protagonizou uma das mais espectaculares fugas de um preso político ― estava hospitalizado, mas ao mesmo tempo detido pela PIDE, no Hospital de Santa Maria ―, refugiando-se na embaixada da Argentina. Em 1961 liderou o assalto ao paquete «Santa Maria» ― o primeiro desvio de um navio de passageiros com fins políticos alguma vez registado. No mesmo ano, tomou parte no apresamento de um avião da TAP que fazia a linha Casablanca-Lisboa. Autor de numerosos trabalhos sobre as colónias portuguesas e a sua fauna, assim como de vários romances, contos e peças teatrais, para além de marcantes documentos de contestação ao salazarismo.