da memória...
160 pp
ISBN:
Data de Publicação: Setembro de 2011
PVP: 14,90 euros
Muito provavelmente, uma das revelações do ano no domínio da literatura em língua portuguesa. Literatura, entenda-se, naquele sentido clássico e robusto que nos remete para a arte de bem escrever
Sónia Cravo surge agora com uma narrativa surpreendente a todos os títulos: original quer a nível do tema central e dos motivos que lhe dão consistência e complexidade, quer a nível da sua riqueza vocabular, tão inusual que deixa quem lê suspenso entre o arcaísmo e o neologismo, entre o achado escritural e o acaso tipográfico (tão joyceano), fazendo a frase explodir perante os nossos olhos suspensos. E isto acontece quase continuamente, num ritmo que não deixa sossegar o mais prevenido dos leitores. (
) Mateus, o narrador de toda esta estória de que é personagem nuclear, começa por nos surgir como alguém que não vê senão sexo em cada mulher que o rodeia, e disso faz obsessão central do seu dia-a-dia; mas que, por um acaso que a seu tempo o leitor descobrirá, vê-se obrigado, entre dois assassinatos que balizam os acontecimentos, a enveredar por caminhos e a viver situações de todo inusitadas, num terror constante em que «o silêncio multiplica ideias» que o vão dilacerando. (
) Eis um texto que, a todos os níveis, surpreenderá o leitor. E como uma boa estória (um bom romance aberto) é aquela que, no fim, nos confronta com múltiplos possíveis horizontes, assim acontece aqui: «E no silêncio ouço-me, há uma voz que sussurra: espera, espera só mais um pouco.» Espera: paciência e esperança. Que futuro estará reservado a Mateus? | José Ferraz Diogo | Excerto das Palavras de abertura
SOBRE A AUTORA:
Sónia Cravo. Nasceu em Espanha, em 1977, de pais portugueses. Era ainda criança quando a família regressou ao nosso país. O seu compromisso literário começa, desde muito cedo, com uma incursão pela poesia. Assombra-me, desde a juventude, essa necessidade de escrever. A ficção surge como resultado dum processo de aceitação e amadurecimento. Esta obra encerra uma etapa e inaugura um percurso. Capaz duma narrativa original, orquestrada com beleza e inteligência, diz a autora: A minha literatura não pretende estar na moda, sim desafiar a actual tendência de mercado.